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segunda-feira, 11 de maio de 2015

Fazenda Campo Verde - Alagoa Grande - PB


A tradição da páscoa é procurar ovos, mas para as Penelopes foi um pouco diferente. Resolvemos nos juntar e procurar o que mais gostamos, as aves. Aproveitamos a passarinhada pra colocar as Penelopes no Desafio aves da páscoa, esse desafio foi organizado pelo Avistar Brasil. O objetivo era simples: fazer uma lista ou várias listas das espécies que seriam observadas nesse período (02 a 06 de Abril), e publica-las no Táxeus ou eBird com a tag #desafioavesdapascoa e postar o link da mesma no evento do Facebook também com a hashtag (Pag. do evento no Facebook).

O local escolhido desta vez foi a Fazenda Campo Verde que pertence ao pai (Nilson Nascimento) da Penelope Nayla. A fazenda localiza-se no município de Alagoa Grande, ela fica na zona rural da cidade, a apenas alguns minutos da área urbana, próximo ao distrito de Zumbi. Está inserida em uma área de caatinga, porém não encontra-se bem preservada, pois a área é mantida para plantação de cana e criação de gado. Mas mesmo não sendo uma área com muita diversidade não é motivo para não passarinharmos, sempre terá um bicho legal de se observar por mais comum que ele seja, sem falar que é sempre bom mapear os bichos por aí a fora. A maioria desses locais nem tem aves registradas e quando tem são muito poucas em banco de dados como o Wikiaves por exemplo.

 Localização da Fazenda Campo Verde.

Saímos da casa da Nayla (onde ficamos hospedas) por volta das 11hr e em poucos minutos já estávamos no local, íamos almoçar por lá e passarinhar ao longo da tarde. A passarinhada foi em clima bem descontraído, pois a família e os amigos estavam presentes, além disso comemos churrasco, tomamos banho de bica e depois o nosso princial objetivo: PASSARINHAR. 


Vista Panorâmica da Fazenda Campo Verde registro feito da varanda da casa principal.

Antes de chegar na estrada de barro, ainda no quintal de casa, estavam ferreirinho-relógio (Todirostrum cinereum), saí-canário (Thlypopsis sórdida) e canário-da-terra-verdadeiro (Sicalis flaveola). Continuamos nossa lista durante o caminho, levamos essa história de desafio a sério, fazer listas vicia rsrsrsrsrs. Na entrada da fazenda estavam rolinha-roxa (Columbina talpacoti) e tiziu (Volatinia jacarina). 

O tiziu (Volatinia jacarina) fez charme para as fotos.

 Jovem de canário-da-terra-verdadeiro (Sicalis flaveola).

Assim que chegamos a casa cede da fazenda, vimos o curutié (Certhiaxis cinnamomeus). Preparamos-nos para a primeira volta nos arredores, bem na frente da casa em uma arvorezinha tinha um ninho enorme de joão-de-pau (Phacellodomus rufifrons). Saímos no entorno da casa em direção a cocheira aonde tinha algumas árvores mais altas e percebemos uns movimentos por lá, logo que chegamos vimos tuim (Forpus xanthopterygius), asa-de-telha-pálido (Agelaioides fringillarius), um macho do fim-fim (Euphonia chlorotica) ficou se “penteando” na nossa frente e rolou até vídeo.Ouvimos ainda no mesmo local: gavião-carijó (Rupornis magnirostris), guaracava-de-barriga-amarela (Elaenia flavogaster) e bem-te-vi (Pitangus sulphuratus). 



Ninho do joão-de-pau (Phacellodomus rufifrons).

Fim-fim (Euphonia chlorotica), tuim (Forpus xanthopterygius), asa-de-telha-pálido (Agelaioides fringillarius), curutié (Certhiaxis cinnamomeus) e joão-de-pau (Phacellodomus rufifrons).

 Não são só aves que as Penelopes observam!

Entre uma volta e outra íamos a casa nos abastecer de água (a caatinga é um ambiente muito seco), entre essas idas e vindas vimos duas aves voando rapidamente para uma árvore ao lado da varanda da casa, fomos nos aproximando e identificamos, era um casal de saíra-amarela (Tangara cayana). Descobrimos que eles estavam alimentando - seu filhote no ninho. Nos posicionamos em uma distância segura para não incomodar o filhote nem os pais, fotografamos e filmamos o filhote dando show. 

Casa cede da Fazenda.
 Fihote de saíra-amarela (Tangara cayana) dentro do ninho.

Paramos um pouco para almoçar, não podíamos dispensar uma bela de uma feijoada né?! Sem falar que o calor estava maltratando, então um descanso era bom. Após o almoço seguimos em direção a casa do caseiro onde a área parecia ser um pouco mais preservada. Para nossa surpresa assim que chegamos próximo a casinha ouvimos o choró-boi (Taraba major), enquanto tentávamos usar a técnica de play back para avistar a espécie, ouvimos um barulho na árvore mais  alta e acima de nossa cabeça estavam um casal de saíra-de-chapéu-preto (Nemosia pileata), logo ao lado alguém que só queria mostrar o rabinho, mas depois de muito esperar virou e era mais um casal só que desta vez de figuinha-de-rabo-castanho (Conirostrum speciosum), geralmente essas espécies estão em bandos mistos. Em seguida mais um casal surgiu dessa vez de balança-rabo-de-chapéu-preto (Polioptila plúmbea), essa era a arvore dos casais.

Casal de saíra-de-chapéu-preto (Nemosia pileata), a esquerda fêmea e direita macho.

 As Penelopes não resistem às flores no caminho!

Na volta, pousado na cerca, recebendo um sol da tarde estava o tico-tico-do-campo (Ammodramus humeralis), estava em uma pose bem elegante. Sobrevoando, enquanto admirávamos o tico-tico-do-campo, estava o urubu-de-cabeça-amarela (Cathartes burrovianus). 

Tico-tico-do-campo (Ammodramus humeralis).

 Urubu-de-cabeça-amarela (Cathartes burrovianus).

Resolvemos sair um pouco da área no entorno das casas e fomos pra área do açude ver se avistávamos algo. Logo na descida vimos um bando de garça-vaqueira (Bubulcus íbis) que pelo horário (já era por volta das 16:30) deveriam estar indo para um dormitório. Próximo ao açude novamente o tiziu, a luz do pôr-do-sol fez sua coloração sair bem azulada nas fotos, tinha também a lavadeira-de-cara-branca (Fluvicola albiventer). Na outra margem do açude, que está bem castigado devido à seca na região, estavam alguns indivíduos de anu-preto (Crotophaga ani), que levantaram voo assim que chegamos. 
Paisagem do açude.

Ficamos com as amigas na margem do açude, tiramos umas fotos, descontraímos um pouco e resolvemos voltar pra casa principal, pois já estava escurecendo. Na subida passou voando solitária uma garça-branca-grande (Ardea alba) e mais afrente escutamos uma vocalização característicada inhambu-chintã (Crypturellus tataupa), fechamos a nossa lista com chave de ouro, falando em lista, a  nossa do dia rendeu 38 registro (Link da lista no Ebird) .O dono da propriedade pai de uma das Penelopes, Nilson, ficou impressionado achava que por lá só existiam poucas espécies como pardal e canário kkkkkk.

 Pôr do sol na Fazenda Campo Verde.

 Alguns dos companheiros das Penelopes durante o domingo.

A foto das Penelopes é de lei.

Voltamos pra casa satisfeitas de ter participado do desafio de páscoa, adoramos essa ideia de procurar aves ao invés de cholotales e nos despedimos da fazenda com uma linda lua nos dando boa noite.
  A lua sempre linda dando desejando uma boa noite as Penelopes, fechando o domingo com chave de ouro.

Vídeos com os melhores momentos das Penelopes Birding durante a passarinhada.

Fotos: Cristine Prates, Nayla Nascimento e Samara Medeiros.
Agradecimentos:
 Ao Nilson do Nascimento proprietário da localidade e sua esposa Fátima Lima pela disponibilidade e acolhimento, sem falar na maravilhosa feijoada da Dona Fátima;
Ao Ciro Albano por sempre auxiliar nas identificações das vocalizações.


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