A
tradição da páscoa é procurar ovos, mas para as Penelopes foi um pouco
diferente. Resolvemos nos juntar e procurar o que mais gostamos, as aves. Aproveitamos
a passarinhada pra colocar as Penelopes no Desafio aves da páscoa, esse desafio
foi organizado pelo Avistar Brasil. O objetivo
era simples: fazer uma lista ou várias listas das espécies que seriam observadas
nesse período (02 a 06 de Abril), e publica-las no Táxeus ou eBird com a tag #desafioavesdapascoa
e postar o link da mesma no evento do Facebook também com a hashtag (Pag. do evento no Facebook).
O
local escolhido desta vez foi a Fazenda Campo Verde que pertence ao pai (Nilson
Nascimento) da Penelope Nayla. A fazenda localiza-se no município de Alagoa
Grande, ela fica na zona rural da cidade, a apenas alguns minutos da área
urbana, próximo ao distrito de Zumbi. Está inserida em uma área de caatinga,
porém não encontra-se bem preservada, pois a área é mantida para plantação de
cana e criação de gado. Mas mesmo não sendo uma área com muita diversidade não
é motivo para não passarinharmos, sempre terá um bicho legal de se observar por
mais comum que ele seja, sem falar que é sempre bom mapear os bichos por aí a
fora. A maioria desses locais nem tem aves registradas e quando tem são muito
poucas em banco de dados como o Wikiaves por exemplo.
Localização
da Fazenda Campo Verde.
Saímos
da casa da Nayla (onde ficamos hospedas) por volta das 11hr e em poucos minutos
já estávamos no local, íamos almoçar por lá e passarinhar ao longo da tarde. A
passarinhada foi em clima bem descontraído, pois a família e os amigos estavam
presentes, além disso comemos churrasco, tomamos banho de bica e depois o nosso
princial objetivo: PASSARINHAR.
Vista
Panorâmica da Fazenda Campo Verde registro feito da varanda da casa principal.
Antes
de chegar na estrada de barro, ainda no quintal de casa, estavam
ferreirinho-relógio (Todirostrum cinereum),
saí-canário (Thlypopsis sórdida) e
canário-da-terra-verdadeiro (Sicalis
flaveola). Continuamos nossa lista durante o caminho, levamos essa história
de desafio a sério, fazer listas vicia rsrsrsrsrs. Na entrada da fazenda
estavam rolinha-roxa (Columbina talpacoti)
e tiziu (Volatinia jacarina).
O tiziu
(Volatinia jacarina) fez charme para as
fotos.
Jovem
de canário-da-terra-verdadeiro (Sicalis
flaveola).
Assim
que chegamos a casa cede da fazenda, vimos o curutié (Certhiaxis cinnamomeus). Preparamos-nos para a primeira volta nos
arredores, bem na frente da casa em uma arvorezinha tinha um ninho enorme de joão-de-pau
(Phacellodomus rufifrons). Saímos no
entorno da casa em direção a cocheira aonde tinha algumas árvores mais altas e percebemos
uns movimentos por lá, logo que chegamos vimos tuim (Forpus xanthopterygius), asa-de-telha-pálido (Agelaioides fringillarius), um macho do fim-fim (Euphonia chlorotica) ficou se
“penteando” na nossa frente e rolou até vídeo.Ouvimos ainda no mesmo local: gavião-carijó
(Rupornis magnirostris),
guaracava-de-barriga-amarela (Elaenia
flavogaster) e bem-te-vi (Pitangus
sulphuratus).
Ninho
do joão-de-pau (Phacellodomus rufifrons).
Fim-fim
(Euphonia chlorotica), tuim (Forpus xanthopterygius),
asa-de-telha-pálido (Agelaioides
fringillarius), curutié (Certhiaxis
cinnamomeus) e joão-de-pau (Phacellodomus
rufifrons).
Não
são só aves que as Penelopes observam!
Entre
uma volta e outra íamos a casa nos abastecer de água (a caatinga é um ambiente
muito seco), entre essas idas e vindas vimos duas aves voando rapidamente para
uma árvore ao lado da varanda da casa, fomos nos aproximando e identificamos,
era um casal de saíra-amarela (Tangara
cayana). Descobrimos que eles estavam alimentando - seu filhote no ninho. Nos
posicionamos em uma distância segura para não incomodar o filhote nem os pais, fotografamos
e filmamos o filhote dando show.
Casa
cede da Fazenda.
Fihote
de saíra-amarela (Tangara cayana)
dentro do ninho.
Paramos
um pouco para almoçar, não podíamos dispensar uma bela de uma feijoada né?! Sem
falar que o calor estava maltratando, então um descanso era bom. Após o almoço
seguimos em direção a casa do caseiro onde a área parecia ser um pouco mais
preservada. Para nossa surpresa assim que chegamos próximo a casinha ouvimos o
choró-boi (Taraba major), enquanto
tentávamos usar a técnica de play back para avistar a espécie, ouvimos um
barulho na árvore mais alta e acima de
nossa cabeça estavam um casal de saíra-de-chapéu-preto (Nemosia pileata), logo ao lado alguém que só queria mostrar o
rabinho, mas depois de muito esperar virou e era mais um casal só que desta vez
de figuinha-de-rabo-castanho (Conirostrum
speciosum), geralmente essas espécies estão em bandos mistos. Em seguida
mais um casal surgiu dessa vez de balança-rabo-de-chapéu-preto (Polioptila plúmbea), essa era a arvore
dos casais.
Casal
de saíra-de-chapéu-preto (Nemosia pileata),
a esquerda fêmea e direita macho.
As
Penelopes não resistem às flores no caminho!
Na
volta, pousado na cerca, recebendo um sol da tarde estava o tico-tico-do-campo
(Ammodramus humeralis), estava em uma
pose bem elegante. Sobrevoando, enquanto admirávamos o tico-tico-do-campo,
estava o urubu-de-cabeça-amarela (Cathartes
burrovianus).
Tico-tico-do-campo
(Ammodramus humeralis).
Urubu-de-cabeça-amarela
(Cathartes burrovianus).
Resolvemos
sair um pouco da área no entorno das casas e fomos pra área do açude ver se
avistávamos algo. Logo na descida vimos um bando de garça-vaqueira (Bubulcus íbis) que pelo horário (já era
por volta das 16:30) deveriam estar indo para um dormitório. Próximo ao açude
novamente o tiziu, a luz do pôr-do-sol fez sua coloração sair bem azulada nas
fotos, tinha também a lavadeira-de-cara-branca (Fluvicola albiventer). Na outra margem do açude, que está bem castigado
devido à seca na região, estavam alguns indivíduos de anu-preto (Crotophaga ani), que levantaram voo
assim que chegamos.
Paisagem
do açude.
Ficamos
com as amigas na margem do açude, tiramos umas fotos, descontraímos um pouco e
resolvemos voltar pra casa principal, pois já estava escurecendo. Na subida
passou voando solitária uma garça-branca-grande (Ardea alba) e mais afrente escutamos uma vocalização característicada
inhambu-chintã (Crypturellus tataupa),
fechamos a nossa lista com chave de ouro, falando em lista, a nossa do dia rendeu 38 registro (Link da lista no Ebird)
.O dono da propriedade pai de uma das Penelopes, Nilson, ficou impressionado
achava que por lá só existiam poucas espécies como pardal e canário kkkkkk.
Pôr
do sol na Fazenda Campo Verde.
Alguns dos companheiros das Penelopes durante o domingo.
A foto das Penelopes é de lei.
Voltamos
pra casa satisfeitas de ter participado do desafio de páscoa, adoramos essa
ideia de procurar aves ao invés de cholotales e nos despedimos da fazenda com
uma linda lua nos dando boa noite.
A
lua sempre linda dando desejando uma boa noite as Penelopes, fechando o domingo
com chave de ouro.
Vídeos com os melhores momentos das Penelopes Birding durante a passarinhada.
Fotos: Cristine Prates, Nayla
Nascimento e Samara Medeiros.
Agradecimentos:
Ao Nilson do Nascimento proprietário da
localidade e sua esposa Fátima Lima pela disponibilidade e acolhimento, sem
falar na maravilhosa feijoada da Dona Fátima;
Ao Ciro Albano por sempre
auxiliar nas identificações das vocalizações.
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