Finalmente
chegou o dia da nossa 1ª passarinhada. Eram cinco da manhã quando nos reunimos,
Nayla Nascimento, Magna Marinho, Wilmara Lucena, Samara Medeiros, Nayane Sousa,
Nathália Fernandes e Cristine Prates. Para chegar a Mata é muito fácil, dentro
da cidade você pode pegar um ônibus da linha São José com destino a Campina
Grande e pedir para descer em frente a Mata do Pau-Ferro, o valor da passagem é
de R$ 2,40 e se você tiver uma carteirinha de estudante fica pela metade do
preço.
Descemos do ônibus atravessamos a pista em direção a mata.
Logo na primeira árvore perto de umas casas antes de entrar na trilha, uma das
meninas aponta para um bicho que contra a luz, parecia ter tons de azul (a
manhã estava bem nublada) ao olharmos com o binóculo vimos que se tratava de um
Pintor-verdadeiro (Tangara fastuosa). A espécie é endêmica do
Nordeste, estando presente principalmente na região do litoral, encontra-se
ameaçada de extinção, devido principalmente à caça para abastecer o comércio
ilegal de aves silvestres e também à rápida degradação de seu habitat.
Foto do Pintor (Tangara fastuosa).
Em Areia o “Pintor” pode ser visto com certa facilidade, dentro do campus da Universidade e até mesmo no quintal das casas, portanto é um bom local para ir quem deseja conhecer e fotografar o bicho! Após algumas fotos (não muito legais, o céu estava cinza e nada do danado descer para ter um fundo verde e bonito, mas enfim, está valendo e ficamos bem felizes por vê-lo assim logo de cara) paramos para tirar nossa primeira foto das Penelopes Birding e seguimos mata adentro!
A Mata do Pau-Ferro é um remanescente de Mata Atlântica bem
bonito e por já conhecermos o local nos sentimos bem confortáveis e
seguras. Passeiam por ali ciclistas, alunos de ensino fundamental em aulas
de “campo”, pessoas de moto, cachorros... A unidade de conservação não tem
nenhum responsável no local e na placa do parque não define
nenhum critério de uso. A Secretaria de Meio Ambiente do Estado
deveria aproveitar melhor esse espaço desenvolvendo apenas atividades de uso
sustentável, já que é uma área tão importante para a manutenção da
biodiversidade.
Voltando a passarinhada, fomos caminhando e tentando
reconhecer o canto das aves. Alguns precisávamos confirmar a espécie através
do play-back e aproveitávamos para tirar fotos quando eles apareciam. Essa
atividade é um excelente exercício para quem quer memorizar as vocalizações.
Reconhecemos o som de
uma Choquinha-lisa (Dysithamnus mentalis) e a “chamamos”. Ela ficou um bom tempo ali
cantando na nossa frente rendendo algumas fotos e o primeiro registro no
wikiaves para a espécie em Areia, uhhuu ponto para as Penélopes!
Foto da Choquinha-lisa (Dysithamnus mentalis).
Um bicho muito abundante no
local é o Canário-do-mato (Myiothlypis flaveola) que deu um show com
direito a topete eriçado e tudo, nunca tínhamos visto aquilo, inclusive até
procuramos no wikiaves por algumas fotos assim e não encontramos. Será que
ficou super animado com tantas mulheres juntas?!
E teve Canário-do-mato (Myiothlypis flaveola) de tudo quanto foi jeito.
Continuamos pela trilha, um pouco mais na frente a
mata se abre do lado esquerdo...e voa na nossa cara numa altura bem baixa,
porém muito rápido um Gavião-de-pescoço-branco (Leptodon forbesi) um bicho
raro e ameaçado de extinção, o nervoso era tanto que não sabíamos se pegávamos
a maquina ou o celular para “chama-lo”, decidimos pelo celular, tocamos,
tocamos e nada! Bem na nossa frente
tinha um galho seco e na sua parte mais baixa havia uma vegetação cobrindo a
nossa visão, de repente uma das meninas se agita pega a maquina e o bicho sai
de traz dessa moita na “velocidade da luz”...poxa nenhum registro fotográfico!
O bicho voou tão baixo e é tão lindo que mesmo sem a foto foi um momento único e
pode-se dizer que ficamos bem emocionadas. Apenas para ilustrar esse bicho que
era um dos mais esperados na passarinhada segue o link da espécie (Link_Leptodon forbesi).
Lógico que não desistimos e continuamos atentas
para ver se o gavião voltava. Fomos até um descampado onde o bicho já tinha
sido fotografado, chegando lá havia um gavião no céu...voando longe, sem ligar
muito para o canto que estamos usando, mas a vontade de ser o L. forbesi
era tanta que estávamos todas eufóricas tirando milhões de fotos achando que
agora sim teria acontecido o registro. Quando ele se foi que olhamos no visor
da máquina veio a tristeza o bicho todo listrado no corpo diferente da espécie
que queríamos, mal sabíamos que se tratava de um bicho bem difícil de ver e
registrar um Caracoleiro (Chondrohierax uncinatus) que nosso amigo Caio
Brito identificou quando fomos almoçar com a galera que estava curiosa em saber
o que tínhamos visto! Mais um registro novo para o wikiaves no município de Areia,
rendeu né Penelopes?
Foto do Caracoleiro (Chondrohierax uncinatus).
Decidimos ir atrás do Tangará-falso (Chiroxiphia
pareola) e da Rendeira (Manacus manacus) sabíamos onde ficavam seu
território, no caminho acrescentamos alguns bichos na lista (Link da Lista), gravamos outros
que não sabíamos para serem identificados posteriormente. Então começamos a escutar
os estalos característico do M. manacus (que por sinal esse nome
significa pequena coisa linda, totalmente apropriado) esse barulho é produzido
pelo bater dos ossos da asa nas costas da ave.
A rendeira (Manacus manacus) dando um show.
Encostamo-nos em árvores para descansar um pouco...oba é hora do lanche, mas espera aí alguém trouxe alguma coisa?! Uma salvadora compartilhou seu biscoito com mais seis meninas. É, esquecemos algumas coisas nessa passarinhada que foram devidamente anotadas para próxima (caixa de som extra, um laser para apontar as espécies já que são muitos pares de olhos e não queremos ficar falando e espantando os bichos, fotos da equipe na placa do local quando houver, microfone mais potente emprestado do orientador e lanches que são extremamente importantes para revigorar os ânimos).
Depois do “lanche” fomos tirar foto das Rendeiras e
logo mais na frente os Tangarás-falsos estavam fazendo um lek (machos
agregam-se em territórios e exibem-se na tentativa de atrair fêmeas para o
acasalamento) percebemos pelo som que eles fazem. Lá estavam três machos
treinando sua “dança”. Para que nunca teve a oportunidade de ver, segue o link do
vídeo feito pelo Ciro Albano, o lek inicia em 0:50 do vídeo, percebam como o
galho que eles pousam são bem limpinhos sem nenhuma casquinha, eles deixam bem
lisinho onde irão realizar o display de acasalamento (Link_Vídeo leque dos tangarás).
Fechamos com chave de ouro ao ver esse evento magnifico da evolução biológica, sentamos mais um pouco para conversar umas besteiras, tirar umas fotos e curtir o Tangará-falso que ainda cantava e aparecia nos galhos na nossa frente (Esse momento foi muito especial).
Agora esperamos ansiosas para marcar a próxima passarinhada e que as outras integrantes que não puderam participar desse momento tão especial possam fazer parte da que estar por vir!
Fechamos com chave de ouro ao ver esse evento magnifico da evolução biológica, sentamos mais um pouco para conversar umas besteiras, tirar umas fotos e curtir o Tangará-falso que ainda cantava e aparecia nos galhos na nossa frente (Esse momento foi muito especial).
Agora esperamos ansiosas para marcar a próxima passarinhada e que as outras integrantes que não puderam participar desse momento tão especial possam fazer parte da que estar por vir!
Equipe e fotos: Nayla Nascimento, Magna Marinho, Cristine Prates, Wilmara
Lucena, Samara Medeiros, Nayane Sousa, Nathália Fernandes.